quinta-feira, 5 de agosto de 2010




Privo-te de tua visão vendando-o
Implore por deslizar tuas mãos sobre mim
Guarde tua dor quando fores agredido
Eu o reprimo
Eu o ordeno
Adentre-te em mim, forte
Ah, eu estou sobre ti
Mechendo-me conforme quero
Teus olhos vendados
Teu corpo sob meu comando
Tuas costas arranhadas
Aperte mais intensamente minha cintura
Suspire mais alto!
Venha agora sobre mim
Teus cabelos estão suados
Teus músculos, contraídos
Force-te mais
Quero ver toda tua virilidade
Tenha-me exatamente como obrigo-te
Não pare
Nunca
Mais rápido!
Mais forte!
Meu êxtase transborda por entre minhas coxas
Não pare!
Me siva
Me satisfaça
Seja minha vontade
Seja meu desejo
Faça o que eu quero
Seja meu
E implore sempre por mais.

terça-feira, 30 de março de 2010




Meu amor é o martírio que mantêm-me viva
Deixe-me sorver teu aroma
Tocar tua alva tez
Oscular-lhe tua fronte
Beber em tuas palavras
Me perder em teus límidos lábios.

-Ébria ficarei!

Pois que me importa?
Se minha lucidez tu já roubaste
Como merecer tal prazer?

Mas bem o sei
Que embriagar-me de ti
Será um prazer maior ainda.

sábado, 13 de março de 2010



Em meio a meus devaneios encontrei-te
Este sentimento que me invade
È proveniente de ti, meu querido?
Não entendo...
Por que quando me fixo em sua bela tez
algo obriga-me a querer senti-la cada vez mais?
Por que sinto algo tão incompreensível me invadindo quando estou junto a ti?
Por que anseio desesperadamente por te ter ao meu lado?
Por que quando quando suas mãos deslisam sobre minhas largas ancas fico trêmula?
Por que quando envolve-me em teus braços aconchego-me de tal maneira?
Talvez o tempo possa responder-me.
Mostrar-te-ei, meu anjo...
Vede,
Lá fora o sol brilha
Mas vede também
Como podemos brincar e nos amar em meio a esta chuva torrencial
Permita-me amar-te
Confie
Ah!
Apenas confie em mim.

domingo, 27 de dezembro de 2009



Apenas gosto de lembrar...
amo quando desliza suas mãos impúdicas
Sobre meu corpo despido
Numa fria naturalidade de seu quarto
E quando demontras seu prazer
Molhe-me com esta sua fome de amor uma outra vez
E tantas outras vezes que virão
Deixe que eu te guie
Me sinta por completo
Por que eu,
Apenas com este amor que lhe jurei
Entrego-me a ti
E tua eu serei para o resto de nossas vidas

Apenas deixe que eu te guie.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando meus pulsos se secarem
Não são apenas as feridas que murmuram
A dor transpassa em meu corpo
Meu lamúrio enrubrece teu leito
Sejam quais forem os caminhos que me esperam
Não podem ser piores
Que estes segundos que ainda me restam
O sangue tingia seus lábios
Impiedosamente
Gélido e estático deixou-se ir
Em um lento silêncio
Pousado em meus seios lânguidos de amores
Tu, mutilante
Neste céu tão negro
Dançe sem mim esta última valsa
Sim minha vida!
Como fostes forte!
Forte até por nós dois
E eu...
Eu não suporto
Nem mais este fio de vida
Que insiste em permanecer
Agora não podes ver
O sangue que me levará junto a ti
Espera-me!
Pouco me resta!
Sei que esperas-me
Tão logo...
Quando meus pulsos se secarem...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O FIM DO SILÊNCIO

ATO I

Cena II

Elodia e Pierrot


PIERROT- (saindo de trás das cortinas) Olá minha senhora.



ELODIA- Olá Senhor, me desculpe entrar tão repentinamente neste teatro sem avisar. Se lhe atrapalhar poderei sair de muito bom grado.



PIERROT- Não, de modo algum!

Este teatro é a morada de todos os artistas, todos aqueles que apreciam a arte são muito bem vindos aqui.



ELODIA- Neste caso muito obrigada, pretendo trabalhar aqui.

Quem sabe algum dia consigo alcançar algum nível artístico!



PIERROT- Se me permite dizer, creio que já o alcançou!

Possui a voz de um anjo!



ELODIA- Muito obrigada, mas não chega a tanto, estava apenas cantando canções populares, nada de extraordinário, nada que mereça algum elogio.



PIERROT- Minha senhora, lhe garanto que meus elogios são sinceros! (fecha a mão por alguns segundos, quando abre surge uma rosa)



ELODIA- (surpresa) Magnífico!



PIERROT- (entrega-lhe a rosa) Para o mais belo anjo...



ELODIA- (encabulada) Obrigada mas sinto não poder aceitar.



PIERROT- Oh! Não cores de pejo!

Aceite essa rosa como símbolo de um sentimento que surgiu em meu peito, quando avistei uma bela senhora que cantava a mais sublime melodia. Enchia-me meus olhos e embalava-me os ouvidos.



ELODIA- Me desculpe senhor... não posso aceitar!



[Elodia desce do palco em direção à porta]



PIERROT- Diga-me ao menos como se chamas! Preciso saber o nome de minha musa!

domingo, 30 de agosto de 2009

O FIM DO SILÊNCIO

ATO I

CENA I

Teatro vazio

Elodia no palco e Pierrot atrás da cortina



ELODIA- (cantando)O amor voa por toda parte,
Está em mim está em ti
Amantes unam-se como devem
Provem da paixão!

Venha meu amor,
Venha a mim
Mostre-me como é bela a vida
E eu lhe mostro como é belo o amor!


PIERROT- Meu deus... que melodia é essa que invade meus ouvidos?

ELODIA- (cantando) Em meu peito
São muitos suspiros
Por tua beleza
Por teus beijos

No meio do sentimento
Está você
Venha me buscar
Leve-me contigo

PIERROT- (Espiando por entre as cortinas) Minh’alma não crê em meus olhos
Eis o mais belo anjo
Uma criatura divina
Ai! Ilumina minhas trevas!

ELODIA – (cantando) Vem, amante,
com alegria
vem, vem, linda.
estou morrendo!

Onde está
meu antigo amor? Ah!
Aqui estou!
Oh! Quem irá me amar?

PIERROT – Uma deusa, um presente dos céus!
Espereo tanto por ti
Meu pequeno coração

Você o quer ter?