sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando meus pulsos se secarem
Não são apenas as feridas que murmuram
A dor transpassa em meu corpo
Meu lamúrio enrubrece teu leito
Sejam quais forem os caminhos que me esperam
Não podem ser piores
Que estes segundos que ainda me restam
O sangue tingia seus lábios
Impiedosamente
Gélido e estático deixou-se ir
Em um lento silêncio
Pousado em meus seios lânguidos de amores
Tu, mutilante
Neste céu tão negro
Dançe sem mim esta última valsa
Sim minha vida!
Como fostes forte!
Forte até por nós dois
E eu...
Eu não suporto
Nem mais este fio de vida
Que insiste em permanecer
Agora não podes ver
O sangue que me levará junto a ti
Espera-me!
Pouco me resta!
Sei que esperas-me
Tão logo...
Quando meus pulsos se secarem...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O FIM DO SILÊNCIO

ATO I

Cena II

Elodia e Pierrot


PIERROT- (saindo de trás das cortinas) Olá minha senhora.



ELODIA- Olá Senhor, me desculpe entrar tão repentinamente neste teatro sem avisar. Se lhe atrapalhar poderei sair de muito bom grado.



PIERROT- Não, de modo algum!

Este teatro é a morada de todos os artistas, todos aqueles que apreciam a arte são muito bem vindos aqui.



ELODIA- Neste caso muito obrigada, pretendo trabalhar aqui.

Quem sabe algum dia consigo alcançar algum nível artístico!



PIERROT- Se me permite dizer, creio que já o alcançou!

Possui a voz de um anjo!



ELODIA- Muito obrigada, mas não chega a tanto, estava apenas cantando canções populares, nada de extraordinário, nada que mereça algum elogio.



PIERROT- Minha senhora, lhe garanto que meus elogios são sinceros! (fecha a mão por alguns segundos, quando abre surge uma rosa)



ELODIA- (surpresa) Magnífico!



PIERROT- (entrega-lhe a rosa) Para o mais belo anjo...



ELODIA- (encabulada) Obrigada mas sinto não poder aceitar.



PIERROT- Oh! Não cores de pejo!

Aceite essa rosa como símbolo de um sentimento que surgiu em meu peito, quando avistei uma bela senhora que cantava a mais sublime melodia. Enchia-me meus olhos e embalava-me os ouvidos.



ELODIA- Me desculpe senhor... não posso aceitar!



[Elodia desce do palco em direção à porta]



PIERROT- Diga-me ao menos como se chamas! Preciso saber o nome de minha musa!